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6 de jul. de 2014

Comandante do Corpo de Bombeiros alerta para perigos nas praias do RN

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A falta de sinalização nas praias de Natal e Região, informações sobre o trabalho realizado pelo Corpo de Bombeiros do RN e orientações à população de como se portar no litoral do Estado foram alguns dos temas abordados pelo comandante do grupamento de busca e salvamento do Corpo de Bombeiros do RN, capitão Marcos Miranda, em entrevista à jornalista Gerlane Lima. Confira:

Gerlane Lima: A gente já começa perguntando: como está a sinalização das praias?

Marcos Miranda: No início do planejamento para a Copa solicitamos à prefeitura sobre a questão da sinalização. Até o presente momento nós não fomos contemplados por parte da prefeitura. Ela tem o interesse de colocar as placas, mas, infelizmente, no nosso país existe os tramites burocráticos que muitas vezes contribuem para que ocorra essa demora na execução de qualquer atividade ou pedido. No entanto, para os locais onde a gente considera de risco os bombeiros do nosso grupamento fizeram uma cota e colocamos uma placa temporária até que seja colocada uma placa definitiva por parte da prefeitura.

GL: Os guarda-vidas fizeram uma cotinha?

MM: Positivo. O objetivo dessa iniciativa foi evitar outro acidente como o que ocorreu há duas semanas com os dois cariocas. Era uma coisa que a gente não estava esperando. Recebemos um efetivo de 100 militares da Força Nacional e, diga-se de passagem, se não fosse esse reforço o número de óbitos seria bem maior. 

GL: A área em que os cariocas se afogaram foi na região de Areia Preta e não estava sinalizada?

MM: Não estava sinalizada. Nós temos uma dupla que cobre a Praia de Miami e ela fica naquela região fazendo o patrulhamento. Apesar de serem praias que não são muito frequentadas, em determinados horários o pessoal desce ali na faixa de areia na Ponta do Morcego no final da tarde para bater uma bola, inclusive, é um dos trechos mais perigosos. Principalmente as pessoas costumam banhar-se nos quebra-mares e é o local onde o risco é bem mais acentuado. A força da corrente é tão intensa que se você entrar com a água ao nível do joelho ela tem a capacidade de lhe arrastar. Já é o suficiente. E ainda tem um detalhe: além da força de retorno da corrente ainda tem a onda que vem em seguida que quebra em cima de você e te joga para as pedras. Então você fica no dilema de cair por cima das pedras ou de deixar a corrente levar. 

GL: O ideal é evitar a área, mas qual o cuidado que deve ter ao sentir que está sendo puxado pela correnteza... O que se deve fazer?

MM: Falar disso envolve muita coisa. Vai depender da pessoa, mas a orientação básica que damos é primeiro que você chegou no local procure informação, principalmente o pessoal que vem de fora e até mesmo as pessoas que são nativas da região passam sufoco. O mar nem sempre “tá para peixe” e no dia que ocorreu o afogamento dos cariocas o tempo estava atípico. As ondas estavam grandes, os ventos estavam muito fortes, sentimos até uma dificuldade de entrar. Então a gente orienta que as pessoas busquem informação. Se for ter que banhar numa área que não conhece no máximo vá até a altura do umbigo. A gente até diz “água no umbigo sinal de perigo”, então, não passe disso. Se você não sabe nadar não se aventure. Eu estou sendo responsável pelas estatísticas e eu tenho percebido que das 26 ocorrências que computamos até o dia 29, desde o dia 8, computamos 26 ocorrências de afogamento, mas com saldo positivo. Vamos botar que 50% são crianças e adolescentes, dos 8 aos 16 anos.

GL: A gente costuma dizer que são os mais afoitos, né?

MM: Isso chama atenção para o cuidado que os pais devem ter. Você leva sua criança para a praia e solta ela lá e fica olhando de longe e isso não é certo. O afogamento ocorre em um segundo. Eu digo isso porque passamos boa parte do nosso tempo, quando não estamos em operações, fazendo treinamentos e, às vezes, nós que somos acostumados somos surpreendidos. 

GL: A implantação das placas é um pleito antigo, não é? Existe alguma previsão por parte da prefeitura para essa implantação já que a solicitação já foi feita?

MM: Antes da Copa fomos pessoalmente na secretária e a secretária nos recebeu muito bem. O interesse dela foi de imediato, inclusive, solicitamos a implantação de um posto na Praia do Forte, de todas as praias lá é a que mais registra ocorrências e geralmente não é com uma vítima, é com duas ou com três.

GL: Quais os pontos mais críticos?

MM: Lá tem um trecho de corrente de retorno. Foi justamente onde está localizado o Corpo de Bombeiros. Ali parece tranquilo, mas tem um trecho em um determinado horário, é até um local onde tem um pessoal que faz hidroginástica, tem uma corrente de retorno que permite que você caminhe, mas para quem não conhece entra e entra em pânico e pode se afogar. 

GL: Capitão Marcos, continua sendo um problema o consumo de bebidas alcoólicas?

MM: Sempre. Não só o consumo de bebida alcoólica como o excesso da alimentação. A recomendação é não beber e não se alimentar em excesso. Quando você se alimenta o seu organismo vai fazer com que todo o sangue siga para o sistema digestivo que requer bastante sangue para fazer a digestão. Quando você entra na água e está no processo de digestão vai faltar sangue para fornecer energia a nível celular e vai faltar energia, então, você vai entrar numa fadiga rápido. Sem energia adequada para a demanda que a água exige do corpo você pode se afogar. 

Com relação as placas nós fomos atendidos pelo município de Barra de Cunhaú. Se você for hoje lá tá sinalizado. Temos uma equipe de guarda-vidas da Força Nacional dando um apoio. Tivemos duas ocorrências lá. Em Tibau do Sul também recebemos apoio. 

GL: Isso depende muito das prefeituras, né?

MM: Eles fazem parte da preservação da vida. Em Pipa até o dia 29 nós tivemos cinco salvamentos. 

GL: Pipa que é uma região bem procurada pelos turistas.

MM: A Praia do Amor requer atenção. 

GL: Qual a extensão do litoral que precisa dessa sinalização?

MM: 142 km é o trecho que a gente fez o planejamento. Por mais que a gente insira militares, humanamente é difícil você atender toda a faixa de areia. A gente trabalha com estatística e com a frequência de banhistas, então, a gente entra com os guarda-vidas nos locais onde tem maior número de banhistas, maior índice de ocorrências, é tudo uma questão de matemática. Se eu pegar dois guarda-vidas e botar em uma praia que não tenha grande fluxo eu vou desperdiçar. O serviço de guarda-vidas promove um desgaste grande no ser humano. O fator do sol é desgastante, inclusive, os guarda-vidas nossos que são poucos no RN, nós na faixa de areia só contamos com 33 que trabalham na areia.

GL: E quantos seriam necessários?

MM: Com esse incremente de 100 homens, deu para a gente fazer um bom trabalho. Interessante é que tivéssemos mais, porém, infelizmente, a gente tem essa dificuldade. 

GL: Essa equipe já foi desmobilizada?

MM: Parte dela, mas estamos pleiteando a permanência.


Fonte: Nominuto.com

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