A cada hora, cerca 10 pessoas são infectadas com HIV na América Latina. O Brasil é responsável por quase metade dos casos. E pelo menos um terço dessas novas infecções ocorrem em jovens entre 15 e 24 anos, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids).
Diferença entre HIV e aids
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids.
A aids é a doença causada pelo HIV. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.
Formas de transmissão do vírus
Como o HIV, vírus causador da aids está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, a doença pode ser transmitida de várias formas, como:
-Sexo sem camisinha (vaginal, anal ou oral)
-De mãe para o filho durante a gestação, parto ou amamentação (transmissão vertical)
-Uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa.
-Transfusão de sangue contaminado
-Uso de instrumentos que furam ou cortam não esterilizados
Apesar de os jovens representarem o maior aumento no índice, não são os mais infectados. Em 2013, as maiores taxas de detecção foram da faixa etária de 35 a 39 anos. No entanto, nessas idades, o índice vem diminuindo. Passou de 47,8 em 2009 para 42 em 2013.
Fonte: Ministério da Saúde
Especialistas afirmam que o aumento dos casos de HIV entre jovens também é consequência da comunicação inadequada dos serviços de saúde. A diretora do Unaids no Brasil, Georgiana Braga-Orillard, afirma que é preciso falar com os jovens com uma linguagem adaptada, mais compreensível:
— O jovem de hoje tem acesso à muita informação, mas não tem os instrumentos adequados para entender.
A diretora critica a retirada das questões de gênero dos planos de educação e acredita que o Brasil tem regredido nas discussões sobre sexualidade, sendo a epidemia de HIV uma consequência disso. O conselho da especialista é que os governos utilizem campanhas direcionadas para a aids nas comunidades, com linguagem local.
Em um país onde os jovens têm pouco acesso aos serviços de saúde, os governos também precisam se deslocar para onde eles estão, conforme o coordenador da Área Técnica de Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids e Hepatites Virais da Secretaria de Saúde de Porto Alegre, Gerson Winkler. Segundo dados do órgão, de todas as novas infecções na Capital em 2014, cerca de 30% foram em pessoas entre 13 e 29 anos, faixa etária cujas detecções vêm crescendo nos últimos cinco anos.
— Os jovens em geral só chegam ao posto de saúde quando estão muito doentes ou na hora de fazer o pré-natal, o que pode ser um diagnóstico tardio. Quanto mais cedo a pessoa souber seu estado sorológico, mais estaremos diminuindo as taxas de transmissão — afirma Winkler.
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